segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O Ministério da Educação (MEC) instituiu o Comitê de Gênero

O Ministério da Educação (MEC) instituiu nesta quinta-feira (10) o Comitê de Gênero. O grupo, de caráter consultivo, foi instituído em portaria publicada no "Diário Oficial da União". O objetivo é propor diretrizes e dar subsídios para políticas educacionais.

http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/09/mec-cria-comite-de-genero.html?utm_source=facebook&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar

A criação do comitê ocorre após o debate do tema ganhar importância dentro da aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) e dos planos municipais e estaduais de Educação. No PNE e em boa parte dos documentos regionais, representantes do legislativo retiraram o trecho que aponta que as escolas devem promover a igualdade de gênero, raça e orientação sexual. Houve pressão de diversos setores, sobretudo ligado às igrejas.

De acordo com o MEC, o comitê deve desenvolver políticas e subsídios para garantir o "direito à educação de qualidade, dentre outras ações, projetos e programas educacionais, com a promoção dos direitos relacionados às questões de gênero, e o enfrentamento das diversas formas de preconceito, discriminação e violência".
O grupo deve ser formado por "servidores da Administração Pública, de organismos internacionais, de entidades não governamentais" e especialistas em assuntos ligados ao
tema. De acordo com a portaria, a participação não será remunerada.
Filósofa defende o debateNa quarta-feira (9), em São Paulo, a palestra da filósofa americana Judith Butler atraiu centenas de pessoas ligadas à pesquisa e à militância das questões de gênero e LGBT, e um pequeno grupo de manifestantes contrários à discussão. (veja vídeo abaixo)


Butler, que foi alçada ao status de celebridade na área após elaborar conceitos que levaram à criação da teoria queer, foi a principal palestrante do primeiro dia do Seminário Queer, que termina nesta quinta (10) no Sesc Vila Mariana. Leia reportagem completa.
"Agora, vai haver uma luta para colocá-lo de volta no plano de educação. Talvez eles vençam. Talvez eles vençam, talvez não vençam. Em outras palavras, vocês são parte de um debate historicamente em evolução nesse assunto. Esse não é o fim da história", disse ela.

vídeos: I Seminário Queer - Cultura e Subversões da Identidade

I Seminário Queer - Cultura e Subversões da Identidade


I Seminário Queer acontece nos dias 9 e 10 de setembro, no Sesc Vila Mariana, com destaque para a filósofa Judith Butler, uma das principais referências sobre o tema no mundo. As vagas estão esgotadas, mas você poderá acompanhar aqui, ao vivo, à transmissão direto do Sesc Vila Mariana.

O encontro, realizado pelo Sesc em parceria com a Revista Cult, propõe trazer algumas das temáticas que os estudos queer têm desenvolvido desde a década de 1980, divididas em eixos de discussão sobre Cultura e Política; Educação, Saúde e Aprendizados; Gênero e Sexualidade e Contra-Hegemonias.https://www.youtube.com/playlist?list=PLtukD4KW-eVKg0ScgFBnxIi5LfjsNRzjq

http://educacaointegral.org.br/agenda/edital-busca-projetos-combatam-desigualdade-de-genero-nas-escolas/

O Fundo ELAS, a Fundação Carlos Chagas e o Instituto Unibanco lançaram o edital “Gestão Escolas para Equidade: Elas nas Exatas”. A iniciativa foi pensada a partir do diagnóstico de que as meninas se afastam de carreiras nas Ciências Exatas e Naturais e de que é necessário pensar em estratégias para ampliar o leque de escolhas profissionais delas.
O edital irá selecionar projetos que sejam realizados em escolas públicas com foco principal na redução do impacto das desigualdades de gênero nas escolhas profissionais das jovens estudantes. As inscrições para o edital podem ser realizadas até o dia 3 de outubro de 2015 e o resultado será divulgado dia 3 de dezembro.
Podem participar do projeto associações, organizações e grupos informais de mulheres ou mistos da sociedade civil que se dediquem a promover a educação e a defesa dos direitos das mulheres com experiências de atuação na área de educação pública. Também podem participar do edital associações representativas de escolas públicas, como associações de pais e mestres.
Ao todo serão selecionados até 10 propostas de projetos que serão contemplados com R$ 30 mil para executar as propostas ao longo de 2016.
Os projetos que se inscreverem serão selecionados por um comitê do Fundo ELAS e que também terá a participação do Instituto Unibanco e da Fundação Carlos Chagas.
O Fundo ELAS acompanhará a execução do projeto e a Fundação Carlos Chagas irá avaliar os resultados com o o objetivo de sistematizar essas experiências para que outras escolas se inspirem e repliquem os projetos.
Segundo dados do Observatório Brasil da Igualdade de Gênero, em cursos de Ciências da Computação os homens ocupam 77,54% das vagas, enquanto mulheres são maioria nos cursos de Pedagogia e Enfermagem. Esse acesso desigual às carreiras repercute também nas diferenças de remuneração e nos níveis de prestígio associados às diversas profissões.

11 livros infantis que discutem gênero e orientação sexual





A garotinha Olívia tem dois pais e a curiosidade de saber como vai aprender a usar salto alto se não há uma mulher morando em sua casa.
Fernanda quer jogar futebol com um grupo de meninos, mas eles a rejeitam. Não entendem como uma menina pode praticar esse esporte.
Essas duas questões vêm de livros infantis e infanto-juvenis que abordam orientação sexual e gênero. A primeira vem de Olívia Tem Dois Papais, de Márcia Leite (Companhia das Letrinhas, 2010). A segunda, de Menina Não Entra, de Telma Guimarães Castro Andrade (Editora do Brasil, 2007).
A presença desses livros e dos assuntos que eles levantam na educação brasileira têm sido o centro de debates calorosos na sociedade.
Em recente votação, os vereadores de São Paulo decidiram que essas questões não devem ser abordadas na escola. Setores religiosos da sociedade – que têm usado o termo "ideologia de gênero" para se referir à ideia de incluir esse debate na educação – se manifestaram a favor da decisão.
Uma estudante de 12 anos, na sanção do plano municipal de educação, colocou o prefeito Fernando Haddad contra a parede ao dizer: "Existem famílias com dois pais, com duas mães e na minha escola eu convivo com muitas pessoas que são homossexuais e bissexuais. Então eu penso, por que omitir a palavra 'gênero' nas escolas se ele já é tão presente nas nossas vidas?"
"A educação na escola não concorre com a da família", explica a psicóloga socialMaria Sílvia Ribeiro, da PUC-SP. "Elas se complementam. Educação é responsabilidade do Estado e da família."
Segundo a especialista, a presença desses livros em sala de aula não implica apenas na discussão de preconceitos de gênero e orientação sexual, mas "principalmente no direito da criança ao conhecimento", diz.
"Crianças têm sexo e gênero. A sexualidade faz parte da vida e do corpo desde o nascimento. Crianças sabem fazer reflexão, questionar e se posicionar. É mais do que justo que elas possam discutir essas relações."

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Séries de desenhos que promovem a igualdade

http://www.naopuledajanela.com.br/2015/03/05/10-desenhos-infantis-inteligentes-e-que-promovem-a-igualdade/

Por Paola Rodrigues. Escritora, roteirista, mãe, apaixonada por livros, filmes e teorias da conspiração. Atualmente reside em Pindamonhangaba-SP e escreve no blog Cartas para Helena cartas sobre a vida e o tempo.

1
1. O Show da Luna
Está é uma produção nacional, ponto positivo, que tem como protagonista uma menina chamada Luna, que é como toda criança: uma cientista. Ela, seu irmão Júpiter e o furão Cláudio – sim, como o Imperador Romano historiador e escritor – vivem aventuras para solucionar a maior questão do desenho “Porque isso está acontecendo?”. Primeiro temos um desenho muito bem feito, tanto artisticamente, quanto em roteiro. Os diálogos são divertidos, os assuntos sempre muito interessantes, a ponto de que a família se reúne na sala para ver junto. Em segundo, temos uma protagonista menina, que usa roupas normais, nada rosa, nada fofo, nenhum esteriótipo. Ela ama seu irmão e se aventura com ele. A família de Luna não só incentiva, como participa dos experimentos. As questões são reais e a argumentação é sempre muito bacana. Um desenho que incentiva perguntas, descoberta e a real exploração do potencial infantil é sempre fantástico.
Um dia você vai estar lá, fazendo algo e cantando mentalmente “Eu quero saber, porque o gato mia…”. É o desenho preferido da Helena, que agora vive uivando para a Lua e fala Luna para tudo. Nós também amamos.
Você pode ver pelo Youtube.
2
2. Que monstro te mordeu?
O número dois também é brasileiro e é um dos desenhos mais lindos que já vi. Não é para crianças muito pequenas, já que sua temática é bem reflexiva. Lali é uma menina meio monstro que foi convidada para o concurso Monstro do Universo por seu amigo Romeu Umbigo. E é nesse mundo cheio de monstros coloridos, um cenário maravilhoso, músicas originais e divertidas, que vemos Lali se deparando com sentimentos que podem transformar humanos em monstros quando não discutidos. Na história temos temas como inveja e raiva, sempre abordado de forma muito lúdica e sincera.
É um dos desenhos mais bem produzidos que já coloquei os olhos. É o tipo de projeto que qualquer um venderia a alma para participar. Ele passa na TV Cultura [ <3 ] e além dos 50 episódios para TV, também tem 50 episódios no canal do Youtube!!!
3
3. Bino and Fino
Este é um desenho produzido na Nigéria e que infelizmente não possui tradução ou legendas em português, mas a importância dele já se mostra exatamente por isso: conhecemos apenas uma versão da história do continente africano. Faz alguns dias que vi o TED da escritora nigeriana Chimamanda Adichie que fala sobre os perigos da história única, como somos apresentados sobre uma versão dos fatos e criamos esteriótipos perigosos; e este, acredito, é um caso que se repete em desenhos infantis. O desenho conta a história de dois irmãos que são criados pela avó e é um retrato muito colorido, divertido e inteligente do que [agora] acredito ser a realidade na Nigéria. Mesmo não sendo em português, é um inglês bem simples e dá para ver com os filhos, já engatando uma tradução simultânea se for necessário.
Você pode ver vários episódios no Youtube.
44. Charlie e Lola
Amor entre irmãos é sempre meu foco quando quero saber se um desenho é bom. Já não basta a cultura de rivalidade que adoram colocar e a realidade, que também nem sempre é fácil, então desenhos que apostam nisso ao invés do amor romântico para crianças, sempre ganha meu coração. Lola é uma menina muito, muito energética e cheia de imaginação e, felizmente, possui um irmão carinhoso, que lhe ajuda a dar asas para suas histórias. O mais legal é ver como eles constroem as histórias. Muito simples, muito doce e sempre com situações onde Charlie explica pacientemente coisas para Lola. Gente, sério, isso é legal!
Lola também possuí um amigo imaginário chamado Soren Lorensen, que já me ganha pelo nome.
Tem no Netflix!
55. Milly e Molly
Este desenho produzido pela Discovery Kids é uma adaptação da obra da neozelandesa Gill Pittar, que tem livros lindos e não poderia ter um desenho de menor qualidade. É muito, muito raro encontrar desenhos cujo protagonista não seja branco. O erro é em fazer com que crianças vejam desenhos que não condizem com sua realidade. O mundo não possuí só uma cor, uma língua e uma forma de ver as coisas. Essa é a grande importância de buscar desenhos com diversidade e que respeitem isso de forma leal. Este é o caso. Milly e Molly vivem aventuras, mostram o valor da amizade, discutem assuntos sobre a vivência infantil, quando tantos sentimentos e problemas estão se apresentando pela primeira vez.
Você pode ver alguns episódios no Youtube.
66. Meu amigãozão
Produzido por dois estúdios, um brasileiro e um canadense, esse é um daqueles desenhos lindos de se ver. Com uma arte impecável, um roteiro legal e histórias que ensinam o valor da amizade; passeia por questões como egoísmo e brincadeiras que não funcionam. Esse é um desenho que costumamos ver raramente aqui em casa, mas não porque ele não é bacana. Talvez, sendo bem radical, Lili não precisava no desenho sonhar tanto em ser princesa. Só. O restante é muito bacana e Yuri, o personagem principal, possuí o melhor amigãozão da história! Gente, juro que queria ter um elefante azul gigante. E é basicamente isso, cada personagem tem seu amigo e com eles vive aventuras, promovendo uma linda sensação de trabalho em equipe e de como podemos buscar experiências inusitadas em lugares óbvios.
Tem no Netflix!
7_7. Garota Supersábia
Rita Bastos [sim, ela é latina!] é uma super-heroína que combate os vilões dando uma aula de português. Pronto, em uma frase resumi o quão bacana é esse desenho. Temos uma menina latina, que se parece uma menina latina, o que é mais raro ainda, que caiu na Terra junto com seu macaco, O Capitão Caretas. Não bastante, os vilões tem nomes como: Doutor Cerebro de 30 Rato, Teodoro Tobias 3º e Dona Redundância. É um desenho muito bem produzido, escrito, divertido, com sentido e a representação dos personagens e da heroína é fantástico.
Você pode ver vários episódios no Youtube.
88. Peg+Gato
Você está vivendo e começa a música: Peg e o Gato, Peg e o Gato, Peg e o gato, Peg e o Gato. Veja e depois me conte como você vai dormir com isso na cabeça. Adeus, Caetano. Adeus, bom gosto musical, vai ser Peg e o Gato. Mas tudo tem um bom motivo e são raros os desenhos que abordam matemática de forma tão legal. Esse é um desenho para crianças pequenas, que consegue conversar sobre números de forma didática e divertida. A arte é linda, acho muito bom quando desenhos usam a dinâmica de que aquilo poderia ter sido rabiscado por uma criança.
Você pode encontrar no Youtube.
99. Inami
Está é uma produção francesa, mas conta a história de um jovem índio na Amazônia. Passa na TV Cultura e é um dos poucos desenhos que conheço que possuem essa temática. Por algum motivo estranho, nosso país não consegue conceber produções infantis contando como são os verdadeiros brasileiros, aqueles que moravam aqui antes do Homem Branco chegar, mas estamos torcendo para que isso acabe logo. O desenho não foca em relações familiares, que era o forte da cultura indígena, prefere o velho argumento do menino apaixonado pela menina, mas para pessoas que querem que os filhos tenham contato e apreciem um desenho divertido, que não é absurdo como a maioria, indico sinceramente.
A TV Cultura passava em 2014, mas olhei aqui e nada de novos episódios. Então recomendo procurar no Youtube.
1010. Tromba Trem
Mais um brasileiro para a lista, só que este tem uma das histórias mais bacanas que já vi [e tanto socialista, vá]. Gajah é um elefante indiano que se perdeu e vai parar na Floresta Amazônica. Sem memória, ele conhece uma tamanduá chamada Duda, que é super simpática e vegetariana. Depois de entrar numa disputa com uma colônia de cupins cuja Rainha tem certeza que é de Kapax, eles viajam pela América Latina. Cada episódio se passa num país e é muito divertido. Em cada lugar tem um novo personagem, que caracteriza a cultura local e Duda é sempre muito doida. Ok, eu fico vendo esse desenho. Me julgue.
Você pode acompanhar pela TV Cultura.

sábado, 11 de abril de 2015

O machismo nos detalhes

http://www.geledes.org.br/o-machismo-tambem-mora-nos-detalhes/#axzz3WuXoFKt5

Quando você pensa em machismo, o que vem à sua cabeça? Estupro, violência doméstica, restrição econômica, submissão e subserviência. Porém, existem alguns comportamentos machistas que permeiam nosso cotidiano e sequer nos damos conta. Gestos que parecem inofensivos, mas na verdade roubam nossa força, nosso espaço e limitam as possibilidades das mulheres. Mas estamos de olho! A Think Olga traz uma explicação sobre quatro tipos de machismo invisíveis para te ajudar a combatê-los no seu dia-a-dia:manterruptingbropriating, mansplaining gaslighting. São comportamentos batizados em inglês sem tradução oficial. Mas também achamos imprescindível pensarmos em versões em português!

Leia a matéria completa em: O machismo também mora nos detalhes - Geledés 
Follow us: @geledes on Twitter | geledes on Facebook


olga

segunda-feira, 30 de março de 2015

Arranjos familiares



Histórias de vida que exaltam a especificidade e originalidade das famílias


Desafiando inteligibilidades de gênero

A prova de que somos muito mais complexos e interessantes



Sam Hashimi, homem de negócios, divorciado, pai de dois filhos, resolveu trocar de sexo em 1997. Ele se transformou em Samantha Kane, uma designer de produtos de luxo.
Depois, em 2004, após sete anos vivendo como mulher, ele decidi que tinha cometido um erro terrível: o resultado foi um fim amargo de seu casamento de 12 anos e o afastamento de seus filhos.
Inicialmente emocionado com sua transformação, a vida como uma mulher ficou sem graça rapidamente, apesar de ter uma vida de glamour, em Mônaco. Ele começou a odiar como os hormônios femininos o deixavam mal-humorado e extremamente emotivo. O sexo foi uma das primeiras decepções. Para ele, não importava o quão feminino parecesse: era como se ele estivesse atuando sempre, tendo uma vida que não era sua.


sexta-feira, 6 de março de 2015

Professoras usam contos de fadas para discutir questões de igualdade social

Conheça o trabalho de professoras em SP, RJ e RS sobre direitos humanos.
Machismo, abuso infantil e racismo foram temas abordados nos projetos.

Leia a matéria completa em: Professoras usam contos de fadas e cartazes para ensinar direitos sociais - Geledés 

Em várias partes do Brasil, professoras de educação infantil e ensino fundamental têm usado a criatividade para abordar com os seus alunos questões como direitos das mulheres, racismo e exploração infantil. Para tratar dos temas, crianças de entre 5 e 14 anos foram estimuladas a, por exemplo, se expressar durante rodas de conversa e comparar histórias de contos de fadas com a vida real.
Levando para a sala de aula livros e filmes, as professoras conseguiram ouvir a opinião das crianças sobre diversos temas. Os alunos questionaram o porquê de só os príncipes salvarem as princesas em contos de fadas e os motivos de meninos não poderem chorar.e
Embora seja um trabalho gratificante, ele também é cansativo e mostra histórias nem sempre positivas, como casos de alunas vítimas de abuso. Mas o resultado, segundo as professoras, vale a pena, porque é através dele que elas conseguem ajudar os pequenos e pequenas a aprenderem a respeitar os direitos de todos.


sábado, 31 de janeiro de 2015

Pesquisa: O que é ser menina no Brasil

O que é ser menina no Brasil? – Desigualdade de gênero desde a infância


POR ELIZIANE LARA

Desde que a entrada da mulher no mercado de trabalho se consolidou, nos acostumamos a ouvir a expressão “jornada dupla”. Ela serve para explicar que a mulher trabalha fora de casa e quando volta ainda tem que realizar todas as tarefas de casa, diferentemente dos homens que, em geral, assumem bem menos atividades no lar. O que revela uma pesquisa inédita realizada pela Plan, organização internacional que atua na defesa de direitos da criança, é que essa jornada dupla feminina, no Brasil, começa já na infância.
Intitulado “Por ser menina no Brasil: crescendo entre direitos e violências”, o estudo ouviu 1.771 meninas de 6 a 14 anos nas cinco regiões do país e constatou uma desigualdade gritante na distribuição de tarefas domésticas entre meninas e meninos. Para se ter uma ideia do tamanho desse abismo, 81,4% das meninas relataram que arrumam a própria cama, tarefa que só é executada por 11,6% dos irmãos meninos. 76,8% das meninas lavam a louça e 65,6% limpam a casa, enquanto apenas 12,5% dos irmãos lavam a louça e 11,4% limpam a casa. E a lista de atividades realizadas pelas meninas não para por aí, como mostra a tabela abaixo.
Continuar lendo:
http://lab.oficinadeimagens.org.br/?p=4033

Quem faz o quê em casa 2

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Artigo: Heroínas em imagem e ação

http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/artemis/article/view/22538

Juliane D. P. Q. Odinino

Resumo


Residentes na cultura midiática infantil, as personagens de desenho animado desfrutam hoje de um lugar de destaque: são constituintes das subjetividades infantis contemporâneas, incentivando e disseminando rígidos padrões culturais de feminilidade e masculinidade. As personagens femininas, ao longo das últimas décadas, vêm apresentando mudanças significativas que remetem às transformações culturais concernentes aos agenciamentos e aos engendramentos nomeadamente femininos, os quais são incorporados e expressos na cultura de consumo. O artigo procura apontar e problematizar as principais transformações que conduzem as representações da
heroína-vítima às superpoderosas no contexto da cultura de consumo dirigida às crianças que culminam na representação e nas agências das personagens femininas do desenho animado das Meninas Super Poderosas.